sexta-feira, 3 de julho de 2009

Os efeitos colaterais da googletização.

filipe diz:
porrra
filipe diz:
poooooooooooooorra
filipe diz:
meu cabo mlk tnc
filipe diz:
MEU CABO

O cabo do Lipe sumiu. Fudeu? Não. Mas pra ele, naquele momento, sim.

Puta que pariu Daniel, não inventa. Que porra o Google tem haver com isso?
Na verdade, é um termo simbólico; caracteriza a necessidade pelo imediato, pela solução instantânea, tão comum aos dias de hoje, e diretamente associada ao facilitadíssimo acesso às informações.

Nesse caso, nada melhor que o Google pra simbolizar a causa do nervosisimo e da impaciência do Lipe. É compreensível. Se ele não entende perfeitamente algo, se apresenta alguma dúvida ou qualquer incerteza acerca de qualquer assunto, recorre à Internet. O Google é, portanto, uma ferramenta que nos acostuma ao imediato.

O grande culpado.

Assim, uma vez que tais situações tornam-se rotineiras (ivariavelmente), nada mais comum do que aplicar a impaciência à questões diversas ocasionadas pelas incertezas da vida. Numa interpretação de merda, é basicamente um determinismo tecnológico. A influência da tecnologia molda nosso caráter, de uma maneira ou de outra.

No que isso implica é provavelmente o fato mais curioso. Se, por um motivo qualquer, não se tem acesso às respostas imediatas, o sujeito torna-se possesso de ódio e raiva. Assim, metaforicamente, fecham-se as possibilidades de pensamento autônomo; ou seja, Lipe, uma vez nervoso pra caralho por não achar seu cabo, parece achar que a única solução é encontrar o cabo, ignorando métodos alternativos que requerem certa reflexão por parte dele, ou até certo esforço.

E tal raiva parece persistir briosamente...

filipe diz:
e eu to procurando meu cabo
filipe diz:
ela falo que ta junto com o fone
filipe diz:
MAS NA OTA PORRA
filipe diz:
NAO TA

Taí a força do "determinismo tecnológico".

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